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sexta-feira, agosto 18, 2006

Área da União doada à Fundação Esperança causa revolta


O trabalho de quase dois anos de luta pela desapropriação de uma área da União localizada na avenida Moaçara, no bairro do Aeroporto Velho, pode ter um final nada feliz para os moradores que pleiteiam aquele terreno para construção de casas populares. A área pertence ao Exército Brasileiro, que inclusive já se manifestou favorável em doar o terreno para a Associação de Moradores do Bairro do Aeroporto Velho, porém, em virtude da burocracia, está cada vez mais difícil obter a autorização para a doação do local à entidade e com isso iniciar o assentamento das famílias cadastradas pela associação.

Semana passada, o presidente da associação, Francisco Ribeiro Barbosa, esteve em Brasília, onde lá protocolou documentos em diversos órgãos federais. Ele percorreu os gabinetes do Ministério da Defesa, Secretaria de Patrimônio da União, Câmara, Senado e Procuradoria Geral da República. Na documentação, a associação apresentou justificativas para que a União proceda com a doação do terreno aos moradores, alegando, principalmente, que a área inerte é um cenário perfeito para o aumento da violência como inclusive já foi percebido em outras ocasiões, registradas pela imprensa local. “Vários crimes já ocorreram no local e, portanto, precisa ser destinado para um fim social, que é o assentamento de dezenas de famílias que não têm onde morar”, afirma Francisco Barbosa.

De acordo com ele, também foi apresentada aos órgãos federais, cópia de recorte de jornais, que noticiaram os casos de violência ocorridos no terreno da União, por conta justamente da falta de ocupação da área, que serve inclusive para abrigo de traficantes, viciados e estupradores.

Francisco acredita que esta iniciativa foi mais um passo importante da entidade que pretende com isso sensibilizar as autoridades de Brasília para a necessidade de doar a área para a associação. Francisco Barbosa explicou, ainda, que dentro de 45 dias vai entrar em contato com os órgãos federais para obter uma resposta sobre o pedido da associação.

Durante a visita aos órgãos em Brasília, o presidente da associação de moradores do bairro do Aeroporto Velho, apresentou os cadastros das famílias na Secretaria de Patrimônio da União e também ao Ministro da Defesa, Valdir Pires, que se mostrou bastante solícito à causa dos sem-tetos de Santarém.

Francisco Barbosa não descarta a possibilidade do terreno ser destinado para outro fim, sobretudo, para atender pedidos políticos, já que praticamente foi isso o que aconteceu com o terreno da União, localizado na travessa Turiano Meira, no bairro da Interventoria, que foi destinado à Fundação Esperança, que obteve a posse do local devido à intervenção de uma Senadora da República, Ana Júlia Carepa, que hoje é candidata ao governo do Estado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). No local está sendo construído o Centro de Estudos Esperança.


“Para evitar justamente este transtorno, é que a associação está expandindo o movimento fora dos limites de Santarém e buscando apoio em Brasília. Houve algo parecido em Marabá. Uma área da União foi destinada a comerciantes e agora a comunidade está tentando a desocupação do terreno. O caso está no Congresso Nacional. A gente espera que no nosso caso as coisas sejam bem mais fáceis, já que seguimos tudo de acordo com as exigências feitas pelas autoridades do Município”, finalizou Francisco Barbosa.
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